O QUE É DHARMA
Quando uma Centelha é enviada
para o mundo de três dimensões, não obedece ao chamado sem um Propósito. O UM
não se desprende de uma parte da sua Essência por motivos aleatórios, e em cada
uma das suas Centelhas Ele injeta um Propósito especial.
No entanto, durante o caos
químico da concepção, a divina lembrança é dissolvida e esse Propósito
celestial é relegado para a memória atômica da alma, um lugar em onde a
escuridão esconde o segredo do cosmos.
Através dos constantes
renascimentos, este Propósito é esquecido e confundido por paixões passageiras
em cada existência. Assim, mesmo que numa existência amamos a música e juramos
que nos agradará para sempre, na próxima seremos doutores com a mesma paixão na
medicina. Durante algumas existências a vida será considerada plena, pois
vivemos de nossa paixão. Mas sempre haverá uma área da vida que essa paixão não
poderá preencher, e nessa área experimentamos um vazio, e esse vazio vai
arrastar todo o restante para ele.
Para alguns a falsa luz se acaba
em breve, mas para outros leva muito tempo para chegar a esse vazio. Quando uma
das duas coisas acontecer, quando o seu ego alcança o tamanho do céu só para
desabar como um castelo de cartas, ou, que a vida golpeie tão forte que seja
quebrantado. Como quer que seja, o resultado é o mesmo: Vazio existencial.
E é preciso este Vazio
existencial, se se quer encontrar o Dharma.
O que é o Dharma?
A tradução do sânscrito é:
Propósito da Vida.
A armadilha existe quando o
castelo de cartas desaba, mas quando isso acontece leva consigo a falsa paixão
que o animava. Assim, a ilusão desmorona-se e pode-se rasgar mais facilmente o
véu.
Só estando perdidos nas
profundezas do inferno podemos encontrar o que se tinha perdido: Nossa verdade,
o nosso verdadeiro Propósito, a nossa Essência. É nesse caos que podemos
começar a recuperar o nosso Dharma.
Ao sermos cuidadosos o suficiente
em nossas observações, poderemos contemplar que todos os talentos e
conhecimentos necessários para realizar a missão da nossa vida já estavam aí, e
que não os tínhamos visto porque estávamos ocupados desabando. Mas agora
fixando nossos pés no fundo, em pleno vazio existencial, já podemos olhar para
cima e ver o que tínhamos abandonado.
O UM não nos dá um Propósito sem
nos dar também as ferramentas para cumpri-lo.
Porém, não é necessário tocar
esse Vazio existencial para recuperar o verdadeiro Propósito; recriar o Vazio
com simples perguntas mentais que nos levem a desprover a mente de toda outra
ideia, exceto da resposta que virá desde as profundezas:
Quem sou ? Qual o meu lugar no
mundo? Qual é o propósito de "minha" vida?
É preciso meditar o tempo que for
necessário até encontrar a resposta.
Depois vem o processo de
preparação, onde a resposta deve ser levada adiante. Aqui acordam os
verdadeiros talentos que temos de usar qual semente que, depois de ter se
recusado a morrer, finalmente começa lentamente a estender as suas raízes por
entre os pequenos poros da casca que antes a protegia.
Não é de estranhar que mudemos de
profissão. Costuma acontecer a muitos que enfrentam a realidade, em qualquer
idade. Quando se segue o verdadeiro Propósito não há áreas que permaneçam
ocultas, tudo tende a ser purificado e clarificado, trazido à Luz.
Seguindo a trilha do Dharma
encontra-se o verdadeiro conhecimento, o talento, a forma de purificar e de
chegar à riqueza material e espiritual através Dele. Há uma felicidade
eloquente nos olhos daqueles que encontram o seu Dharma. São seres felizes e
gratos.
Sendo a melhor versão de si
mesmos , são seres únicos que possuem uma variedade de talentos que formam um
talento único, a Maestria.
Nunca mais em nenhuma existência
estarão perdidos nem entrarão novamente no esquecimento do seu Propósito.
E um ser assim, feliz por ter
conquistado a sua própria verdade e com ela toda a prosperidade e abundância
que se pode desejar ajudará também a humanidade a ser feliz, e estará disposto
a sacrificar-se por ela, a doar-se, e ao fazê-lo, estará protegido fortemente
pelo Universo.
Depois, quando o seu Propósito
estiver cumprido plenamente, poderá enfrentar sem arrependimentos o desencarne.
"O PEREGRINO"
Tradução Vilma Capuano
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