DEIXAR
FLUIR...
Anna Leão - 01 de maio de 2017
Anna Leão - 01 de maio de 2017
Quantas vezes não estamos
querendo controlar tudo? Controlar os acontecimentos, as situações, os outros,
os nossos estados de espírito, pensamentos e emoções… É essa necessidade de
controle do homem moderno que gera a infelicidade, a ansiedade, a inquietude e
a perda de oportunidades felizes.
Precisamos aprender a deixar
fluir, a não controlar, a darmos espaço para as energias do Universo dançarem
ao nosso favor.
Uma pessoa quer muito uma coisa,
não para de pensar naquilo. No momento esperado o fato não se concretiza e a
pessoa, então, fica amuada, mal humorada, irritada. Não consegue perceber que
logo ao lado o Universo lhe trouxe uma boa surpresa, o inesperado, numa
situação que traria à pessoa mais felicidade. Mas ela não está aberta para
receber, se fechou no sentimento negativo de que as coisas não deram certo, que
nada saiu como o planejado. Aliás, este é o grande problema, estamos sempre
planejando tudo.
Ah! Isso serve para mim também,
pois eu adoro pegar minha agenda e planejar a semana. Adoro fazer listas
também, mesmo que já esteja com tudo na cabeça. Como dizia John Lennon: “A vida
é aquilo que acontece enquanto você está fazendo planos”. Mas a questão aqui
não é nem tanto esta, você pode até planejar, fazer planos, mas não fique mal
se as coisas não saem como você quer. Não queira controlar tudo; é como nosso
amigo diz, a vida acontece!
De modo algum o que estou falando
aqui tem a ver com resignação ou destino predeterminado. Você pode e deve ser
sim dono da sua vida, ter seus objetivos e tentar alcançá-los. Mas precisa
estar aberto para perceber as oportunidades que chegam até você. É confiar numa
força maior que rege o Universo. Quando você está em sintonia com ela, as
coisas fluem naturalmente para o seu bem, mesmo que pareça o contrário. Vou dar
um exemplo de uma situação corriqueira que aconteceu comigo.
Uma ocasião eu estava longe de
casa, cansada, com fome, acabara de dar uma aula de consciência corporal e
estava doida para chegar em casa. Quando fui chegando ao ponto do ônibus ele
foi passando e não parou. Só tinha um ônibus que servia para mim e ele não
costumava passar com muita frequência. No primeiro momento, tive o ímpeto de me
rebelar e lamentar, mas me toquei e pensei: “Não era para eu pegar esse
ônibus”.
Senti um alívio e fiquei
tranquila esperando o próximo que – ao contrário do provável – não demorou
muito. A certa altura, quando já estava no ônibus, passamos por aquele que eu
havia perdido. Ele estava parado e quebrado. Os passageiros se encontravam em
pé na rua e assim foram, quando embarcaram no veículo em que eu estava.
Deixar fluir é estar em sintonia
com a magia do Universo, pois tudo está ligado. Tudo faz parte de uma grande
teia energética, por mais que você pense que não.
Deixar fluir e não controlar é
estar centrado, sereno e em paz, sem deixar de estar entusiasmado e apaixonado
pela vida. Em compensação, você não tem sentimentos nocivos como a ansiedade, a
preocupação, a irritação e o mau humor.
O excesso de controle é fruto de
uma sociedade que incentiva o poder a qualquer preço. O que gera a ambição, a
violência, o individualismo e a competição desenfreada entre seres que deveriam
se ajudar mutuamente. Queremos controlar para termos poder, poder sobre tudo e
todos, mas isso é uma ilusão, pois o que acontece é exatamente o contrário. Nós
nos escravizamos agindo assim, ficamos escravos do nosso ego e nos tornamos
cada vez mais egocêntricos. Já o deixar fluir nos coloca mais em contato com a
nossa essência e com a nossa intuição, uma postura bem mais desapegada e sábia,
além de nos deixar mais conectados com as energias criadoras do Universo.
Outro motivo para o controle é a
necessidade de segurança. Quando podemos controlar temos a falsa ideia de
segurança, achamos que não nos deparamos com imprevistos. Mas o imprevisível
faz parte da vida e, se formos pensar bem, é ele que dá graça a ela. Precisamos
nos abrir para o mistério, para o inesperado. Precisamos ser mais aventureiros
e nos deliciarmos com isso. A segurança não existe, ela é uma ilusão, a
qualquer momento tudo pode ruir, por mais “seguro” que você esteja. Quanto mais
nos apegamos às coisas, mais intranquilos ficamos.
Deixar fluir é confiar na vida e
em si. É confiar na abundância do Universo e no fato de que você é merecedor de
suas dádivas.
Estas que podem te trazer
experiências maravilhosas, que você jamais ousou, ou, simplesmente, te permitir
levar uma vida tranquila e agradável; é só você estar aberto e se alinhar com o
fluxo dos acontecimentos.
Deixar fluir é também respeitar o
fluxo e o refluxo dos sentimentos, dos relacionamentos e da própria vida.
Deixar fluir precisa de atenção, já que estamos tão robotizados e programados
para controlarmos tudo. No começo pode ser difícil, para mim, para você. Mas
com o hábito (e acho que tudo é uma questão de hábito, o que faz com que
devamos ficar mais atentos ainda) vamos pegando o jeito, percebendo a leveza e
o bem estar que esta postura nos traz.
É claro que existem recaídas, até
porque a pressão do entorno é muito grande, mas tornemos a nos levantar e
deixemos fluir…
Anna Leão
Sou formada em Comunicação
Social, Dança e Terapia pela Dança e Movimento. Iniciei minha carreira de
escritora, oficialmente, em 2008, quando tive três poesias de minha autoria
selecionadas para a Antologia Letras no Brasil, da Taba Cultural. Neste mesmo
ano fundei o blog Metamorfose. Tenho três livros publicados. Sou autora da
trilogia A Rainha da Floresta. Escrevo fantasia, poesias e artigos sobre desenvolvimento
pessoal, autoajuda, relacionamentos, comportamento e espiritualidade.
http://www.annaleao.com.br/anna/
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