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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

CARTAS DOS MAHATMAS

 


CARTAS DOS MAHATMAS

Virginia Hanson

(Teósofa norte-americana que se especializou no estudo das Cartas dos Mahatmas)

(Extraído no livro Cartas dos Mahatmas para A. P. Sinnett, Vol. I, publicado em 2001 pela Editora Teosófica)

 


Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett é considerada uma das obras mais difíceis da literatura teosófica. Ela aborda muitas situações complexas e contém muitos conceitos profundos, que se tornam mais obscuros porque, na época em que elas foram escritas, não havia sido desenvolvida uma nomenclatura por meio da qual os Mahatmas pudessem comunicar a sua filosofia - profundamente oculta - a pessoas de idiomas ocidentais. Apesar disso, a obra tem um poder e uma percepção interna tremendos, e reflete o drama humano da aspiração, do êxito e do fracasso. Ela conta uma história ocorrida no tempo, mas a sua mensagem é eterna, quer a consideremos como narrativa, como filosofia oculta ou como revelação.

 O que é um Mahatma?

 Em um artigo de H.P. Blavatsky intitulado Mahatmas e Chelas (The Theosophist, julho de 1884), ela nos dá o significado do termo:

 

“Um Mahatma é um personagem que, por meio de educação e treinamento especiais, desenvolveu aquelas faculdades superiores e atingiu aquele conhecimento espiritual que a humanidade comum adquirirá depois de passar por séries inumeráveis de encarnações durante o processo de evolução cósmica, desde que, naturalmente, neste meio tempo, ela não vá contra os propósitos da Natureza...”.

 

Ela prossegue com uma discussão sobre o que é que encarna e de que modo este processo é usado como um fator da evolução, resultando na conquista do Adeptado. Em uma carta escrita para um amigo em 1º de julho de 1890, H.P.B. disse outras coisas interessantes sobre os Mahatmas:

 

“Eles são membros de uma Fraternidade oculta [mas] de nenhuma escola indiana em particular. Esta Fraternidade”, acrescentou ela, “não se originou no Tibet, mas a maioria dos seus membros e alguns dos mais elevados entre eles estão e vivem constantemente no Tibet”.

 


Depois, falando dos Mahatmas, ela diz:

 “São homens vivos, não ‘espíritos’, nem mesmo Nirmanakayas . . . (1). O seu conhecimento e erudição são imensos, e a santidade da sua vida pessoal é maior ainda - entretanto, eles são homens mortais e nenhum deles tem a idade de 1.000 anos, ao contrário do que algumas pessoas imaginam.”

 Em uma conversa em 1887 com o escritor Charles Johnston (marido da sobrinha de H.P.B., Vera), quando ele perguntou a H.P.B. sobre a idade do Mestre dela (o Mahatma Morya), ela respondeu:

 “Meu querido, não posso dizer exatamente, porque não sei. Mas conto-lhe o seguinte. Eu o encontrei pela primeira vez quando tinha vinte anos. Ele era um homem no auge de sua força, na época. Agora, sou uma mulher velha, mas ele não parece nem um dia mais velho. Ele ainda está no auge da sua força. Isto é tudo o que posso dizer. Tire suas próprias conclusões”.

 

Quando o sr. Johnston insistiu e perguntou se os Mahatmas haviam descoberto o elixir da vida, ela respondeu seriamente: “Isso não é um mito. É apenas o véu que esconde um processo oculto real, o afastamento da velhice e da dissolução durante períodos que pareceriam fabulosos, e por isso não os mencionarei. O segredo é o seguinte: para todo ser humano há um climatério, quando ele deve se aproximar da morte. Se ele desperdiçou as suas forças vitais, não há escapatória, mas se ele viveu de acordo com a lei, pode atravessar esse período e assim continuar no mesmo corpo quase indefinidamente” (2).

 Como as Cartas vieram a ser escritas?

 Os autores das cartas são os Mahatmas Koot Hoomi e Morya, geralmente designados simplesmente pelas suas iniciais.

 O Mahatma K.H. era um brâmane de Cachemira, mas na época em que nos deparamos com ele nas cartas, ele tinha relações estreitas com a corrente Guelupa ou “gorro amarelo” do Budismo tibetano. Ele se refere a si próprio nas cartas como um “morador de cavernas de aquém e além dos Himalaias”. H.P.B. diz em Ísis Sem Véu que a doutrina de Aquém dos Himalaias é uma doutrina ariana muito antiga, às vezes chamada bramânica, mas que na verdade nada tem a ver com o bramanismo tal como nós o entendemos agora. A doutrina de Além dos Himalaias é uma doutrina esotérica tibetana, o Budismo puro ou “antigo”. Ambas doutrinas, de Aquém e Além dos Himalaias, vêm originalmente de uma só fonte - a Religião de Sabedoria universal.

 

O nome “Koot Hoomi” é um nome místico que ele usou em relação à correspondência com A.P. Sinnett. Ele falava e escrevia em francês e inglês fluentemente.

 

Há afirmações na literatura teosófica no sentido de que o Mahatma K.H. estudou na Europa. Ele estava familiarizado com os hábitos e o modo de pensar dos europeus. Era muito erudito e, às vezes, escrevia passagens de grande beleza literária.

 

 O Mahatma Morya era um príncipe rajput - os rajputs formavam a casta governante do norte da Índia na época. Ele era “um gigante, de quase dois metros de altura, e de um porte magnífico; um tipo esplêndido de beleza masculina”. (3)

 

 É bastante conhecido o episódio da fundação da Sociedade Teosófica em Nova Iorque, em 1875. Em 1879, os dois principais fundadores da Sociedade, H.P. Blavatsky e o coronel Henry Steel Olcott, transferiram a sede da Sociedade para Bombaim, na Índia e, em 1882, para Adyar, Madras (atual Chennai), no sul da Índia, onde permanece.

 

Morava na Índia, na época, um inglês culto e muito refinado, chamado Alfred Percy Sinnett. Ele era editor de The Pioneer, o principal jornal inglês, publicado em Allahabad. Ele se interessou pela filosofia exposta pelos dois teosofistas e estava curioso a respeito dos acontecimentos notáveis que pareciam sempre ocorrer na presença de H. P. B.

 

Em 25 de fevereiro de 1879, nove dias após a chegada dos fundadores a Bombaim, Sinnett escreveu ao coronel Olcott expressando o desejo de conhecer H.P.B. e ele, e afirmando que estava disposto a publicar quaisquer fatos interessantes a respeito da missão deles na Índia.

Em 27 de fevereiro de 1879, Olcott respondeu esta carta. Começou assim o que Olcott chamaria de “um vínculo produtivo e uma amizade agradável”. Os fundadores foram convidados a visitar os Sinnett em Allahabad, o que ocorreu em dezembro de 1879. Nessa visita os Sinnett filiaram-se à Sociedade Teosófica, e os fundadores encontraram outros visitantes que iriam cumprir um papel na vida da Sociedade: A.O. Hume e sua esposa Moggy, de Simla, e a sra. Alice Gordon, esposa do tenente-coronel W. Gordon, de Calcutá.

 

Foi em Simla que aconteceram os fatos que resultaram nas cartas publicadas na obra Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett. H.P.B. realizava alguns fenômenos surpreendentes e os atribuía aos Mahatmas, com quem ela estava em contato psíquico mais ou menos constante. Sinnett estava convencido da veracidade desses fenômenos, e em seu livro O Mundo Oculto fez um vasto trabalho para comprovar a sua autenticidade.

 

 

Ele tinha também uma mentalidade prática e científica, e desejava saber mais a respeito das leis que governavam essas manifestações. Queria, especificamente, saber mais sobre aqueles seres poderosos que H. P. B. chamava de “Mestres” e que, segundo ela, eram os responsáveis pelos fenômenos. Ele lhe perguntou se seria possível entrar em contato com eles e receber instruções.

 

H.P.B. disse-lhe que não era muito provável, mas que tentaria. De início, ela consultou o seu Mestre, o Mahatma Morya, com quem ela estava estreitamente ligada através do treinamento oculto a que se submetera anteriormente no Tibet, mas ele se recusou categoricamente a comprometer-se com essa tarefa. (Mais tarde, entretanto, chegou a assumir a correspondência durante alguns meses, devido a circunstâncias muito especiais.).

 

 

Aparentemente, H.P.B. tentou o mesmo com vários outros, sem sucesso. Finalmente, o Mahatma Koot Hoomi concordou em manter uma correspondência limitada com Sinnett.

 

O sr. Sinnett endereçou uma carta “ao Irmão Desconhecido” e entregou-a a H.P.B. para que a transmitisse. Na verdade, ele estava tão ansioso por defender o seu ponto de vista de modo convincente que escreveu uma segunda carta antes de receber uma resposta à primeira. Seguiu-se, então, uma série de cartas notáveis, e a correspondência continuou por vários anos, tendo como um dos seus vários resultados de longo prazo a publicação das cartas em forma de livro.

 

HPB e Mahatmas

Do Prefácio em Língua Portuguesa por Carlos Cardoso Aveline:

 

"Diversas religiões da humanidade preservam uma tradição segundo a qual uma coletividade de grandes sábios inspira e conduz, silenciosamente, a nossa humanidade no caminho que leva à paz e à sabedoria. O taoísmo menciona estes sábios como Imortais, e o hinduísmo usa o termo Rishis. Para o budismo, eles são Arhats. Outros os chamam de Mahatmas, raja iogues, mestres de sabedoria, Adeptos ou, simplesmente, Iniciados. Segundo a filosofia esotérica, estes seres atingiram o Nirvana e libertaram-se inteiramente do estágio atual do reino humano, mas permanecem ligados à humanidade por laços de compaixão e solidariedade.

 

A coletividade destes sábios, que tem ramificações em vários continentes, aprovou e promoveu, em 1875, a criação da Sociedade Teosófica. Assim surgiu um núcleo da fraternidade universal sem distinção de classe, nacionalidade, raça, casta, credo, sexo ou cor. Dois destes Mahatmas participaram de modo mais específico e direto do esforço teosófico. A presente edição reúne a correspondência entre estes instrutores e Alfred Sinnett, um dos principais líderes teosóficos dos primeiros tempos."

 

Publicado no Site Filosofia Esotérica

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