Permita-se fluir com a vida, mas
saiba exatamente o que você quer!
por Vivian Dias
Fluir com a vida nem sempre é uma
tarefa simples, já que a ilusão de controlar como tudo deve ser permeia nossas
mentes e nubla nossa visão, não nos permitindo perceber os resultados que
estamos obtendo a partir de nossas escolhas e ações. E, aí, não nos
reconhecemos como seres atuantes e entregamos nosso poder de mudança ao acaso e
às vontades alheias.
“A ilusão de controlar como tudo
deve ser permeia nossas mentes e nubla nossa visão, não nos permitindo perceber
os resultados que estamos obtendo a partir de nossas escolhas e ações”
“Deixa fluir” é um conselho
bastante comum, já ouvimos muito e já oferecemos aos montes também. Para alguns
ouvidos soa como: “Não faça nada, pois tudo virá até você”. Interessante, mas
esse é só um aspecto, um ponto de vista. Ademais, o que foi feito com a nossa
capacidade de avaliar e modificar o que já não nos satisfaz e perdeu o sentido?
Sim, existe uma hierarquia universal. Não é possível saber tudo o que reserva o
futuro. Se assim fosse, todos saberíamos o dia de nossa partida, certo? Pois é,
se só temos o ticket de chegada aqui, cada minuto é único e, cada experiência,
uma oportunidade de evolução. Ainda que o final dessa jornada seja uma
incógnita para nós, isso não justifica uma existência sem rumos definidos.
Aquele que não sabe o que quer,
seja em qual área da vida for, aceita viver submisso aos outros e não enxerga
saídas. Acha que fluir é perambular pelos dias, espreitando a vida como se não
fosse digno de tudo o que aprecia, almeja e sonha. Ao contrário, só se pode
fluir com a vida aquele que encontra em si mesmo o que tanto procura fora. Não
ter objetivos traçados não significa que nossas vidas sejam sem sentido, apenas
é um sinal de que não estamos no nosso centro, em algum momento nos perdemos de
nós nas distrações corriqueiras e plastificadas de sociedades desumanas demais,
que enquadram e resumem a existência em telas de um punhado de polegadas.
Deixar que as coisas fluam não é
sinônimo de não fazer nada, agindo como um espectador curioso que anseia um
futuro qualquer pra ver no que dá, vivendo os sonhos apenas na imaginação e
nunca os transformando em realidade. Tampouco é sair por aí desenfreado, agindo
sem pensar, atropelando a si mesmo e aos outros na cegueira do automatismo.
Duas situações opostas que não levam a lugar algum. Então, o quê?
Caminho do meio, equilíbrio…
Black and white landscape of a road leading
into a grassy field before a storm.
Saber no mais profundo do nosso
ser o que realmente queremos, sentimos e o que estamos buscando é um trabalho
de auto-observação constante, não cessa. Quando temos essa intimidade conosco,
que nos permite a compreensão do eu, entendemos que deixar fluir nada mais é do
que perceber, de uma vez por todas, que, para manifestar nossos sonhos, é
preciso entender quem somos e nossos reais propósitos, aquilo que nos alegra e
eleva e faz o coração vibrar numa certeza tão intensa que julgamento mental
algum ousa abalar.
“No momento em que reconhecemos
esses propósitos e os permitimos emergir, temos suficiente amparo universal”
Todas as respostas sussurram aos
ouvidos, e os acontecimentos nos banham em evidências de estarmos em total
acordo com nossa alma. E isso é deixar fluir!
A vida nos conduz a observá-la de
forma panorâmica. Olhando de cima, vemos todos os pontos: novos caminhos,
oportunidades, possíveis mudanças e a coragem pra agir, pra caminhar de forma
fluida, atento e com a percepção aguçada. Temos cinco sentidos que não existem
à toa. Ainda temos o sexto, um bônus, comumente chamado intuição. Compreender nossas
aspirações nos abre as melhores portas e isso é totalmente diferente de
simplesmente adentrar qualquer porta, vivendo por viver e esperando que, sem
plantar, colheremos frutos.
Se sabemos bem aonde estamos
indo, ficamos mais leves para aceitar o inesperado que vem sem perder de vista
o que buscamos para o amanhã. É que as vezes as coisas não saem como
idealizamos; elas saem da forma que precisam para nos trazer os aprendizados que
nos guiarão às respostas que tanto pedimos. O que pedimos nos é apresentado em
forma de desafios, e os desafios nos tornam vencedores, aptos a descobrir mais,
a transcender qualquer obstáculo. Observe: se pedimos paciência, situações
complicadas nos exigirão o exercício da paciência. Só se aprende alguma coisa
pelo próprio esforço e nos relacionando com os outros. É assim em todos os
cenários de nossas vidas. Tudo o que se apresenta a nós está requisitando nosso
trabalho.
Portanto, toda vez que ouvimos ou
sentimos que devemos deixar a vida fluir, é um sinal de que é chegada a hora de
liberar um pouco desse peso que carregamos desnecessariamente. Abrir mão de
certas coisas pode ser de fato muito inteligente de nossa parte e trazer aquele
alívio que buscamos, mas não temos coragem de entregar, pois achamos que tudo
está sob nosso controle. Melhor não pensarmos assim. Vamos seguir rumo aos
nossos objetivos e deixar que a vida se encarregue de nos orientar ao próximo
passo, na segurança de que somos todos merecedores do melhor e totalmente
capazes de lidarmos com o pior, mesmo que não saibamos disso ainda.
fonte:www.eusemfronteiras.com.br
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