O QUE EXTRAÍMOS DA VIDA?
Mensagem do Mestre Serapis Bey
através de Thiago Strapasson
11 de julho de 2017
Meus irmãos,
Vocês, que andaram a caminho de
si mesmos, que procuraram se descobrir, que não se recusaram a se enfrentar,
que passaram pelas dores, pelas lutas da vida, andaram por caminhos tortuosos,
muitas vezes sofreram, riram, divertiram-se, mas não deixaram de viver. Vocês,
filhos, são aqueles que aprenderam os seus próprios limites, as suas
limitações, mas também viram que têm muitos potenciais, muito a dividir, muito
a se doarem.
Assim é a vida, ela foi feita
para se viver cada dia, a cada simples desafio, a cada obstáculo do caminho.
Muitos deles, tão simples, tão normais, mas que diante de nossas próprias
restrições, se transformam em muros intransponíveis. Outros, verdadeiras
montanhas à nossa frente, que passamos sem sequer dar muita atenção.
Como é a vida? É feita dessas
experiências. Umas que já aprendemos a superar, e somos mestres nesses
obstáculos, e podemos ensinar o caminho a outros que ainda tropeçam. Outras,
que ainda precisamos de uma mão que se estenda diante de nós, para que possamos
vivê-las com mais segurança.
Mas percebam, meus irmãos, como
dos mais simples aos mais duros obstáculos da vida, todos estão a nos ensinar,
todos estão a nos conduzir ao nosso próprio conhecimento. Porque o grande
problema não está na situação, no obstáculo, no enfrentamento em si, mas sim no
que a experiência nos gera em termos de sentimento.
Através das experiências
aprendemos a superar não somente o obstáculo em si, mas também a nós mesmos.
Saímos mais fortes, porque aprendemos a nos conhecer, a lidar com nossos próprios
sentimentos, com nossas emoções. Assim nos tornamos mais equilibrados porque
somos conhecedores de nós mesmos.
E nesse trajeto, nos deparamos
com nossos irmãos, que muitas vezes, a partir de suas próprias restrições,
projetam suas próprias dificuldades até os nossos dias, a tornar a nossa vida
mais dura. Projeção essa que ressoamos e aceitamos, permitindo que ela se torne
difícil, porque entramos no embate, enquanto poderíamos simplesmente
compreender os nossos sentimentos e, então, perdoar, ter compaixão, irradiar
amor.
A partir da nossa própria dor,
compreendemos a dor daquele que nos coloca na situação de nos enfrentarmos. E
assim vamos nos tornando os mestres da vida, os mestres das nossas emoções,
daquilo que sentimos e de como reagimos. Assim somos mais fortes, mais
confiantes.
Ao nos conhecermos, nos
enriquecemos, aprendemos a cada dia o que sentimos diante de cada experiência.
E aprendemos mais, a não permitir que os sentimentos nos controlem. Nos
tornamos proprietários de nossas emoções, mas não porque lutamos a reprimi-las,
e sim porque conhecemos o que esses sentimentos nos geram, como reagimos. O
aprendizado não está em como lidar com o externo, mas sim em saber o que cada
experiência nos gera. Eis a verdadeira lição da vida.
E então vamos nos tornando nossos
próprios mestres, aqueles que se conhecem profundamente, que permitem que as
emoções venham, porque elas já não nos controlam. Somos nós que olhamos os
nossos sentimentos a dizer: “Venha aqui, meu caro amigo, que somos velhos conhecidos”.
É assim que passamos a nos ver,
como um velho amigo, que se conhece profundamente. Que sabe com o que está a
lidar.
Mas eu os pergunto: Como podemos
nos conhecer, se estamos a nos esconder, a julgar os nossos sentimentos, a não
aceitar aquilo que somos. Como, filhos, é possível viver sem estar pleno,
integral diante da vida, sem estar entregue?
A vida, filhos, não é dura. Duro,
de verdade, somos nós mesmos, com os nossos sentimentos. Escondemos a nossa
verdade, deixamos de sentir, nos bloqueamos, e assim deixamos de ser integral,
deixamos de nos conhecer, não nos entregamos à vida. Então a vida se torna
dura, porque fugimos da nossa verdade. A vida é dura para aqueles que não se
entregam, que não se conhecem, que não testam os seus próprios limites, com
entrega, e buscam a profundidade de si mesmos.
Observem, filhos, que aqueles que
se desafiam, que a cada dia enfrentam uma nova dificuldade, estão sempre a ir
adiante, a buscar a si mesmos. Já aqueles que se escondem, bloqueiam-se, são
justamente os que caem na amargura, no ressentimento, na energia da mágoa,
porque não aceitam terem sido desafiados, serem colocados diante de si mesmos,
desnudos, sem máscaras. Isso dói, mas liberta. E aqueles que compreendem algo
tão singelo, são livres, riem da vida e aprendem a cada dia com os seus
próprios sentimentos.
Esses são aqueles que aprenderam
a cair e levantar. Que já não se preocupam em se sentirem menores, porque desse
sentimento tiram sua própria força a se reequilibrarem diante das experiências.
Já não se apegam à sua própria perfeição. Tornaram-se mais simples,
simplesmente porque erram, e lidam com seus sentimentos diante de suas escolhas
na vida.
E vemos que, talvez uma das mais
duras provas da vida, seja a falta de aceitação com aquilo que somos. Quando o
espelho diante de nós nos coloca diante de nossas carências, de nossos apegos,
daquilo que sempre acreditamos ser e, então, irradiamos nossa raiva, nosso
ódio, contra aqueles ou aquilo que está a nos desnudar, a nos colocar diante de
nós mesmos. Essa é a lição da vida. Aprender a ter humildade diante de nossas
escolhas, de nossos sentimentos, para que ao menos possamos ser verdadeiros.
Por isso é que a vida não foi
feita para reclamarmos das experiências, para julgarmos, criticarmos aquilo que
está diante de nós. Mas sim foi feita para aprendermos sobre o que sentimos,
sobre o que acreditamos. E apenas no enfrentamento da vida é que a lição é aprendida
em profundidade. É na lição da vida que aprendemos sobre nossos próprios
sentimentos, sobre nossas reações diante das experiências.
No fundo, a busca é pela
liberdade, mas não por sermos livres diante do mundo. E sim por nossa própria
liberdade, de sentir tudo o que somos. A liberdade maior está nesse sentimento
de permissão, onde os sentimentos vem, passam, mas não nos dominam, eles não
são repreendidos, não se transformam em revolta, em raiva, mas são vividos a
partir do perdão, da compreensão e do amor.
Assim é a vida.
Estejam em paz
Serapis Bey
Thiago Strapasson
Fonte:
http://www.pazetransformacao.com.br/2017/07/o-que-extraimos-da-vida-mestre-serapis.html#more
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