O Cérebro e o Coração
O cérebro e o coração são os dois
grandes centros de comando da vida. Platão via a cabeça humana como uma
miniatura do universo. Protegido pelo crânio, no ponto mais elevado do corpo
humano, coordenando todas nossas sensações físicas, memória, reações, estado de
espírito e posicionamentos, está o comando cerebral, que opera em total unidade
com o sistema cardíaco-respiratório.
O cérebro pesa um quilo e meio e
reúne 14 bilhões de células. Por ele passa meio litro de sangue a cada minuto.
Ele é lógico no seu hemisfério esquerdo, intuitivo e criativo no lado direito,
emocional no seu setor límbico, e coordena as reações automáticas e padrões
vibratórios em seu tronco, situado no topo da coluna vertebral. O cérebro é a
coisa mais complexa e maravilhosa que a vida física do planeta Terra já criou.
Segundo a sabedoria oriental, há
sete cavidades ou espaços vazios no cérebro. Neles existe apenas akasha, a luz
astral. Cumprem uma função de ligação com o plano espiritual.
A sabedoria egípcia diz, em
linguangem simbólica, que esses ventrículos são "câmaras onde moram os
deuses". De acordo com os antigos, o cérebro humano era um templo.
A sabedoria esotérica afirma
ainda hoje a mesma coisa.
Os alquimistas consideram que as
virtudes celestiais são captadas pela cérebro sob a forma de
"orvalho".
A tradição rosacruz e a cabala
usam a mesma imagem ao descrever a intuição, pela qual o cérebro capta as
vibrações da inteligência cósmica e da harmonia universal.
No Evangelho de João (Jo,
6:33-35), Jesus confirma esse significado do orvalho como símbolo da inspiração
espiritual que desce até a mente pura.
Além do cérebro, o outro grande
comando visível da vida do corpo humano é o coração. Com 300 gramas de peso em
média, o coração é do tamanho de um punho fechado e bate cerca de 90 mil vezes
a cada dia que passa.
Ele bombeia cinco toneladas de
sangue no mesmo período, Quando recolhe o sangue venoso, que chaga a ele com
gás carbônico e detritos, o coração o envia para o pulmão, que o devolverá
purificado e rico em oxigênio. O coração então lança o sangue reciclado para
todo o organismo. Não é à toa que o coração é símbolo de várias virtudes
humanas, inclusive o heroísmo. Ele não para de trabalhar, rodeado e ajudado
pelos pulmões, cuja eficácia é admirável.
Esotéricamente, o coração é a
sede da vida. Ele é o sol do nosso corpo. A nossa vida foi confiada sobretudo a
ele.
Se no cérebro há um ponto em que
pulsa a energia do Senhor Deus, no coração brilha um raio da luz de Cristo,
Buda, a compaixão universal.
É o coração que cria condições
para que o cérebro receba do céu o orvalho divino. Cabe aqui fazer uma
pergunda: O coração purifica o sangue, mas quem purifica o coração?
Na verdade, ele depende do
comportamento correto do resto do corpo para que possa estar saudável.
Necessita que o corpo tenha quantidade adequada de exercícios, que a
alimentação seja coreta e que as emoções e pensamentos sejam equilibrados para
manter-se puro e assim dar condições ao cérebro de captar o orvalho da paz
celestial.
Os Upanixades, escrituras hindus,
abordam esta questão:
"Quando o uso dos
sentimentos é purificado, o coração se purifica. Quando o coração é purificado,
existe uma constante lembrança do Eu superior. Quando existe uma constante
lembrança do Eu superior todos os vínculos são desfeitos e a liberdade
espiritual é alcançada".
Para os Upanixades, o coração é a
sede da nossa consciência imortal, e nele mora Brahman, o Deus criador do
Universo. O próprio princípio hermético da tradição egípcia, segundo a qual o
cosmo inteiro está contido em cada uma das suas partes, pode ter sido inspirado
pela sabedoria milenar dos hindus.
Diz o Chandogya Upanishad:
"Dentro da cidade de Braman, que é o corpo, existe o coração, e dentro do
coração existe uma pequena casa. Essa casa é como um lótus. Dentro dela mora
aquilo que deve ser procurado, investigado e percebido".
No plano físico, esta moradia
mística inclui os dois ventrículos ou cavidades que controlam o trabalho do
coração. O ventrículo direito produz a contração que empurra o sangue usado de
volta para os pulmões. O ventrículo esquerdo se contrai mandando o sangue novo
e oxigenado para a aorta, de onde irá para todas as células do corpo. Em
conjunto, os ventrículos controlam o ritmo da vida.(...)
(Autor: Carlos Cardoso Aveline)
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